Sempre o final do ano....

Ontem montamos a árvore de Natal aqui em casa e depois de tudo pronto desatei a chorar. Olhei para minha casa enfeitada e lembrei dos meus filhos, muito pequenos e neste momento senti uma vontade imensa de voltar no tempo e poder resgatar algumas coisas com eles. Queria poder voltar e ter sido uma mãe melhor, dado mais atenção, dado mais no colo....eu  os queria pequenos agora, neste momento da minha vida.
Final do ano é tempo de balanço geral, do que deixamos de realizar, de promessas não cumpridas. É tempo de familia. Tempo de lembrarmos quanto nossa familia é importante; tempo de fortalecer estes laços, de pedir perdão.
Filhos, perdoem tudo que deixei de fazer por vocês. Tento ser melhor todos os dias e fazer o meu melhor por mim, por voces e pelo próximo.

Nossos sonhos

Toda mãe, mesmo as mais malas, sonham com o melhor para seus filhos. Eu sempre sonhei e fiz planos. Mas estes planos são somente nossos. Queremos viver a vida dos filhos, aproveitar as oportunidades deles....bobagem. As escolhas são somente deles, já fizemos as nossas.
Quando eu era criança sonhava em ter uma bela casa, em estudar, ter curso superior. Meu pai dizia que mulher não precisava de estudo. Que eu deveria procurar um bom marido e só. Minha mãe falava que ela não estudou, por que eu seria diferente?
Isto, para outras pessoas poderia soar como uma sentença, mas para mim tornou-se um desafio. A vida era  e é minha e eu tomei as rédeas. Ninguém vai dizer como será meu destino. Meu destino está e sempre esteve em minhas mãos.
Um dia, minha irmã mais nova me disse que há uma grande diferença cultural e social entre nós. Disse que ela teve todas as oportunidades que eu não tive, só não as aproveitou. Eu agarrei com unhas e dentes todas as oportunidades que apareceram em minha vida e foram muito poucas. Tenho orgulho em dizer que tudo que tenho consegui por esforço próprio e de maniera honesta.
Isto é um desabafo.....não aguento ver pessoas reclamando da vida. A vida é feita de escolhas. Deus nos deu o livre arbítrio.
Cada um está no lugar onde se posicionou

Reencontro

Hoje tive um reencontro com uma linda criança. Uma menina magrinha, tímida, linda, que mendigava o amor da mãe. Que pedia colo e não tinha porque os ossos machucavam, que não tinha os cabelos cuidados, pois eram lisos e compridos..." parece uma Madalena Arrependida"...que era mau cuidada e mau alimentada e que não teria futuro algum...o futuro seria casar e ter filhos...isto lhe bastaria...se encontrasse alguém que a amasse de verdade....e assim a menina cresceu, sempre querendo agradar aos outros, se anulando, se punindo...
Eu tive pena daquela menina e chorei...doeu rever aquela situação...como pode uma mãe destruir tanto uma criança, acabar com sua auto estima e lhe negar amor? Como pode uma mãe não querer o melhor para seu filho?

Apesar de tudo, aquela menina cresceu, estudou, casou, descasou, casou de novo, lutou pela vida e continua de pé.

A menina continua aqui, raramente tímida, na maioria das vezes muito falante, com virtudes, defeitos, mas feliz!

Eu sou muito feliz!!!!!

Devaneios.....

Ontem estava lembrando coisas de minha infância e adolescência. Eu não me lembro de grandes demonstrações de amor entre as pessoas. Eu tive muito carinho da minha tia, minha avó, mas não me lembro delas dizerem " eu te amo".
Talvez por isto eu tenha tido muita dificuldade em expressar isto ao longo da vida. Eu amava, mas não dizia. Tinha medo de dizer, esta frase é muito forte: " eu te amo". E isto pode parecer besteira, mas é muito importante saber que se é amado. Nunca ouvi " eu te amo" da minha mãe e por esta razão sempre expresso meu amor aos meus filhos. Acredito que quando se fala esta frase, tem que ser verdadeiro, porque pode soar falso...e é horrível. As palavras devem vir do coração, não somente sair pela boca.
Eu amo meu marido, amo meus filhos, meus irmãos e sempre digo isto a eles; e quando eu digo, eu sinto, porque não são somente palavras, mas sentimentos verdadeiros.
Quando ligo para meus filhos, sempre reafirmo este sentimento de amor. Sempre digo para a Angélica: te amo filha, e ela responde: também te amo mãe....para o Thales digo: te amo filho...e ele responde: também ME amo mãe....

Saiba dizer não

Não sou e não fui uma mãe perfeita. Minha avó dizia que toda criança é tirana e os pais tem o dever de domar este tirano e educa-lo para a sociedade e para a vida. Hoje li um texto de Içami Tiba que fala sobre isto:

Por Içami Tiba

"É muito comum os pais se queixarem que seus filhos não atendem aos nãos que eles lhes falam, ordenam, pedem, imploram ou mesmo quando  dão a entender...

Esta desobediência ao não dos pais é globalizada. Praticamente todas as crianças do planeta custam a obedecer os seus pais. Há exceções, que são raras, que confirmam a regra de que os filhos hoje estão desobedientes aos seus pais.

É bastante comum eu ouvir este lamento de mães dito com um grande desânimo: Meu filho não me obedece, grita comigo, faz só o que quer, me agride, me ofende... Então eu pergunto: Quantos anos ele tem?  Elas respondem: 2 anos!

Como pode uma criança de dois anos de idade tumultuar tanto a vida da sua mãe?

Digo com bastante convicção que é devido ao que o filho recebeu, como educação ou não, do que lhe aconteceu desde que nasceu. Raríssimos são os casos em que as crianças nascem desobedientes, como doenças psiquiátricas e graves transtornos psicológicos e de caráter. A maioria nasce absolutamente normal e vai se tornando inadequada ou deseducada aos poucos."

Tenho plena convicção que falei poucos Nãos, mas sempre procurei dar meu melhor. Não entendo como algumas crianças dominam totalmente seus pais. Acho que eles, como os gatos, usam o fator "fofura". Ah...ele é tão lindo...ela é tão meiga....e assim nos deixamos levar e não pensamos no futuro deste ser.

Cerejeira em Flor

Ontem fomos a Festa da Cerejeira em Flor, no Pq. do Carmo aqui em São Paulo. Esta festa acontece a cada 3 anos. É uma celebração japonesa, muito bacana, que me fez lembrar a primeira vez que fui a esta festa....
Angélica tinha 1ano e 3 meses quando fomos a festa da cerejeira em flor, em Campos do Jordão. Eu pensava que era uma festa cheia de cerejas e, na verdade é uma celebração, uma festa japonesa.
Então...comidas típicas, danças, o famoso karaokê....

Sentamos em frente ao palco e ficamos assistindo, totalmente sem entender nada porque eles só falavam em japonês  cantavam em japonês...foi então que a Angélica ficou de pé no banco onde estávamos, puxou os olhos com as mãos e começou a imitar a japonesa que estava cantando...foi o que bastou para soltarmos aquela gargalhada.  Nem preciso dizer como fomos encarados......

Filhos, melhor não te-los...mas se não os temos, como sabe-los (Vinicius de Moares)

Dia destes estava conversando com uma amiga sobre filhos e como nunca mais temos sossego depois de te-los. As preocupações vão existir sempre, somente mudando grau, intensidade e tipo: transito, bebidas, drogas, amigos...
Sempre orientei muito meus filhos. Eles sempre tiveram liberdade para conversar e perguntar sobre tudo, sem exceção. Se fizeram ou fizerem algo errado é por livre escolha e burrice, pois sempre os mantive informados.
Eu confio nos meus filhos....sempre confiei....tenho orgulho deles. São pessoas boas, honestas....só me preocupo com transito, assalto...
Quando eu ligo para saber se está tudo bem, respondam que sim...ou que não, que estão aborrecidos, me contem se estão tristes, se precisam de alguma coisas...sei que não são mais crianças...não adianta me chamar de mala...isto eu sou mesmo. Sempre vou me preocupar, mãe sempre se preocupa....ninguém merece!